Ribeirinhos de Alagoas navegam até seis horas em busca de água potável
Mar tem avançado sobre as águas do Rio São Francisco em Piaçabuçu.
Moradores da região dizem que água que chega às torneiras é salobra.
O pescador Jorge Souza conta que navega para pontos distantes da foz duas vezes por semana para conseguir água boa para consumo. “A gente acorda aqui 4 horas da manhã para arrumar os vasilhames, são pelo menos três horas para ir e três horas para vir".
O drama dos ribeirinhos é maior porque a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) capta água do rio para abastecer o município. Mas ela garante que a água é tratada e analisada antes de seguir para o consumidor com os padrões exigidos pelo Ministério da Saúde.
Para isso, técnicos da Casal captam água apenas na maré baixa e em determinados horários onde a concentração de sal é menor. Contudo, os ribeirinhos ainda se queixam da qualidade.
“A água que temos nas torneiras é tão salgada que não serve nem mesmo para cozinhar ou lavar roupa. Quando precisamos lavar roupa, vamos até alguns canais que estão do outro lado, onde a água é melhor. A água daqui só serve mesmo para limpeza da casa”, diz a dona de casa Maria Eunice.
O problema é grave e virou tema de pesquisa na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O oceanógrafo Paulo Peter analisa os impactos ambientais e sociais da salinização do rio. Ele afirma que já é possível notar no estuário a morte da vegetação típica de água doce, substituição dos peixes de água doce pelos de água salgada e inviabilização da água para o consumo humano.
"Para os padrões técnicos, a água doce pode ter até 1/2 grama de sal por litro. Nas coletas que fizemos próximo ao povoado Potengy, encontramos variações de 6 a 7 gramas de sal por litro, salinidade que deixa o líquido impróprio para o consumo humano", alerta Peter.
Com tanto sal na água, os problemas de saúde vêm aumentando na região. “Minha esposa, meu sogro e minha sogra estão com problemas de pressão alta. Dizem que é por conta deste sal na água do rio e da água que bebíamos. Até minha filha, que é criança, adoece quando bebe”, lamenta o pescador Souza.
Postado por Giovana M. de Araújo
O drama dos ribeirinhos é maior porque a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) capta água do rio para abastecer o município. Mas ela garante que a água é tratada e analisada antes de seguir para o consumidor com os padrões exigidos pelo Ministério da Saúde.
Para isso, técnicos da Casal captam água apenas na maré baixa e em determinados horários onde a concentração de sal é menor. Contudo, os ribeirinhos ainda se queixam da qualidade.
“A água que temos nas torneiras é tão salgada que não serve nem mesmo para cozinhar ou lavar roupa. Quando precisamos lavar roupa, vamos até alguns canais que estão do outro lado, onde a água é melhor. A água daqui só serve mesmo para limpeza da casa”, diz a dona de casa Maria Eunice.
O problema é grave e virou tema de pesquisa na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O oceanógrafo Paulo Peter analisa os impactos ambientais e sociais da salinização do rio. Ele afirma que já é possível notar no estuário a morte da vegetação típica de água doce, substituição dos peixes de água doce pelos de água salgada e inviabilização da água para o consumo humano.
"Para os padrões técnicos, a água doce pode ter até 1/2 grama de sal por litro. Nas coletas que fizemos próximo ao povoado Potengy, encontramos variações de 6 a 7 gramas de sal por litro, salinidade que deixa o líquido impróprio para o consumo humano", alerta Peter.
Com tanto sal na água, os problemas de saúde vêm aumentando na região. “Minha esposa, meu sogro e minha sogra estão com problemas de pressão alta. Dizem que é por conta deste sal na água do rio e da água que bebíamos. Até minha filha, que é criança, adoece quando bebe”, lamenta o pescador Souza.
Postado por Giovana M. de Araújo
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