terça-feira, 23 de julho de 2013

Lessa fala de condenação, protestos, candidatura - e do futuro governador


O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) afirmou que, neste momento, o nome mais indicado para concorrer ao governo do Estado em 2014 é o do senador Renan Calheiros, líder estadual do PMDB e presidente do Congresso Nacional, mas ressaltou: “A questão é que o próprio Renan não se definiu ainda, ora diz que pode concorrer, ora diz que ainda não sabe”.
- O senador Fernando Collor (PTB) tem dito que será candidato ao Senado, vem trabalhando para isso, mas não se trata de uma posição definitiva – assinalou, dando a entender que o ex-presidente está deixando em aberto a possibilidade de, conforme a conjuntura, vir a disputar o governo estadual.
Ampliando seu raio de observação, Lessa disse que, pelo lado da situação, o governador Teotonio Vilela (PSDB) não tem candidato à sua sucessão. “O PSDB não tem candidato e o nome que, hoje, tem o apoio do governador, é o do senador Benedito de Lira, que já revelou sua intenção de concorrer”.
- Teotonio não tem candidato à sucessão, ele próprio ainda não definiu um rumo e tem dito que pode ou não concorrer ao Senado. Thomaz Nonô (vice-governador) seria um dos nomes de dentro do governo para enfrentar a sucessão, mas não terá chance se o governador resolver ficar no cargo até o final do mandato – comentou Ronaldo Lessa.
CANDIDATURA
Um dos líderes do bloco oposicionista no Estado, Lessa explicou que sua provável candidatura a deputado federal tem o incentivo da direção nacional do PDT, não apenas para reforçar a representação alagoana no Congresso Nacional, mas também para fortalecer o próprio partido com direito a mais tempo no rádio e na TV e uma fatia maior do fundo partidário.
Ao comentar o que seria ‘uma variante no processo’, ou seja, sua participação na eleição para a Assembleia Legislativa, Lessa lembrou que já foi deputado estadual, tem sido estimulado por aliados a concorrer a uma vaga no Legislativo Estadual, mas insistiu na tese da direção nacional do partido, que prefere vê-lo ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados. “Tudo isso tem sido cogitado, tem sido avaliado, mas não tem nada decidido”.
JUSTIÇA
Para o ex-governador, a recente decisão, em primeiro grau, da Justiça Federal, condenando-o a 13 e 4 meses de prisão, com base no processo que apurou suposto desvio de recursos na execução do Macrodrenagem do Tabuleiro do Martins, trata-se de um ato monocrático que não inviabiliza sua participação nas eleições do ano que vem.
- Houve precipitação do Ministério Público Federal e do próprio juiz federal que prolatou a sentença, pois os dados técnicos e financeiros sobre esse projeto sequer foram finalizados – disse acrescentando que vai recorrer da decisão.
REFORMA POLÍTICA
-Isso que está sendo discutido no Congresso Nacional não é reforma política, é meia-sola, é um resíduo de reforma eleitoral, e o país está precisando é de uma reforma política ampla – asseverou Ronaldo Lessa, ao defender a convocação de uma Assembleia Constituinte para fazer uma reforma política – eleitoral e partidária – abrangente e profunda.
Ele realçou a importância das manifestações populares que sacudiram o país em junho afirmando que os protestos surtiram efeito, impondo o anúncio de agendas positivas, mas criticou a postura pusilânime do Congresso Nacional:
- Eles (os congressistas) não precisavam derrubar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional nº 37, que reafirmava a exclusão do Ministério Público das investigações criminais) na calada da noite, colocando às pressas na pauta de votação uma matéria que já havia sido retirada da ordem do dia. Foi uma coisa muito feia.
DILMA
Em relação ao governo Dilma, Ronaldo Lessa disse que o PDT se mantém na base de sustentação no Congresso, mas admitiu que há uma corrente no partido defendendo a saída. “Em nossas discussões não estamos considerando uma ruptura, mas há vozes dentro do PDT defendendo novo rumo para o partido”.
Lessa disse que não dá para prever, hoje, se o PDT marchará com Dilma na campanha presidencial (é uma discussão que vai se prolongar até começos do próximo ano), mas afirmou que, pessoalmente, tem apoiado o trabalho da presidente.

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