Neste sábado (7), aconteceu
em todo o país o Dia D de combate à dengue e à febre chikungunya. É
preciso uma intensa mobilização popular e mutirões de limpeza urbana,
além de inspeções pelos agentes de endemias com a finalidade de detectar
a presença de criadouros do Aedes aegypti.
São ações programadas pela
gestão pública com a ideia de promover a mudança de hábitos e alertar
sobre a gravidade das doenças. É também momento de as pessoas reverem
alguns cuidados essenciais com o objetivo de eliminar os criadouros do
mosquito em suas casas, reconhecendo a responsabilidade de cada um na
prevenção do agravo.
“Dia D é momento de alerta,
mas também é importante ressaltar que as ações de promoção e prevenção
devem ser contínuas”, informou a diretora de Vigilância Epidemiológica
da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira. Isso porque o
período de janeiro a junho é considerado epidêmico, devido ao maior
risco para o aumento de casos de dengue em razão da proliferação do
mosquito.
ssas ações articuladas fazem
parte da diretriz da nova gestão da Sesau. O primeiro passo para a nova
linha de trabalho começou com as equipes da Vigilância Epidemiológica,
Controle do Vetor e Atenção Básica, que juntos passaram a cumprir agenda
de trabalho no interior do Estado, com o objetivo de investigar o alto
índice de manifestação da doença em determinadas localidades. A medida
tem ainda tem a finalidade de aprofundar a investigação epidemiológica a
partir da atuação das equipes municipais de Saúde da Família,
Vigilância e os agentes de endemia.
Quais os cuidados que a Sesau recomenda à população para evitar a proliferação do mosquito?
A combinação do trabalho
preventivo em cada residência, junto com as ações do poder público, será
essencial para reduzir a presença do mosquito no ambiente e
consequentemente evitar epidemias. Um fato novo e que deve exigir a
redobrada atenção do poder público e da população, é que o Aedes aegypti
– o mosquito da dengue – também transmite o vírus de outra doença: a
chamada Febre Chinkungunya. Casos dessa doença nova estão ocorrendo na
Bahia e em Pernambuco e, por isso, é importante redobrar os cuidados
para evitar a dengue e a introdução dessa doença no Estado.
Como proceder em casos do surgimento dos primeiros sintomas?
O Poder Público deve
organizar os serviços de saúde de modo a atender a ocorrência de casos
esporádicos de dengue e situações de maiores gravidades como surtos e/ou
epidemias. O conjunto de ações voltadas para a vigilância e controle
dessa doença evitará sofrimento e morte de pessoas. Por isso, os
profissionais de saúde, em todos os municípios, devem estar atentos para
o surgimento de casos de febre e artralgia (dores nas articulações),
semelhante a uma dengue com apresentação atípica. A atenção deve ser
maior principalmente para as pessoas que passaram por áreas com registro
de casos da Febre Chinkungunya.
“Ainda não podemos afirmar
que o Estado de Alagoas vive uma epidemia, mas se não houver uma atuação
dos órgãos públicos e da população, a situação pode ser revertida”,
advertiu a gestora estadual que, em entrevista, fala sobre a situação da
dengue e chikungunya em Alagoas, bem como as medidas adotadas pela
Sesau para eliminar o mosquito.
O período de janeiro a
junho é considerado epidêmico devido à proliferação do mosquito e o
aumento dos casos da doença. Diante desse fator sazonal, qual a atual
situação da dengue em Alagoas?
As duas primeiras semanas
epidemiológicas de 2015 apontam 579 novos casos notificados de dengue,
dos quais 80 já foram confirmados. O número representa um aumento de
115,24% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 269
casos. Dos municípios com maior incidência, Mata Grande e Major Isidoro
estão em epidemia, com registro acima de 300 casos a cada 100 mil
habitantes. Já o município de Ouro Branco está em situação de alerta,
registrando entre 100 a 200 casos. A capital Maceió e a cidade de
Arapiraca têm, respectivamente, 58 e 25 casos notificados. E ainda
existem quatro casos suspeitos da forma grave da doença em Maceió,
Murici, União dos Palmares e Capela. Até o momento, apenas um óbito foi
registrado em Maceió.
De acordo com o Boletim
Epidemiológico da Situação Atual da Dengue em Alagoas, o Agreste e o
Sertão do Estado são as áreas que apresentam maior predominância dos
casos. Quais as medidas adotadas pela Sesau nessas regiões?
Os municípios de Mata
Grande, Major Isidoro e Ouro Branco têm apresentado um aumento no número
de casos de dengue. Para reverter a situação nessas localidades, a
Sesau está adotando medidas para a orientação dos gestores municipais e
da população. Já foram realizadas três visitas, com deslocamento das
equipes da Sesau para os municípios, com o objetivo de organizar a
assistência, promover ações de mobilização e propor mutirões de limpeza.
É nesse sentido que o Estado está mobilizado para agir.
Devido a esse aumento de casos de dengue, podemos falar que o Estado vivencia uma epidemia?
Os casos estão concentrados
em municípios da 9ª e 10ª regiões de saúde. Estamos trabalhando para
evitar a epidemia e até o momento ainda não podemos afirmar que Alagoas
vive uma epidemia, e sim apenas os municípios de Mata Grande e Major
Isidoro. Mas, se não houver uma atuação dos órgãos públicos e da
população, a situação pode ser revertida. É preciso atentar para esse
período considerado epidêmico, de janeiro a junho, quando há maior risco
para o aumento de casos de dengue em razão da proliferação do mosquito.
E qual a estrutura montada pela Sesau para o combate ao mosquito nos 102 municípios alagoanos?
Estamos desenvolvendo um
trabalho sistemático e constante, com acompanhamento direto, orientação à
gestão municipal e apoio laboratorial. Pedimos que os gestores adotem
medidas nos ambientes públicos, como limpeza de terrenos baldios,
praças, cemitérios e borracharias, bem como recolhimento regular de
lixo, bem como os mutirões de limpeza. Além disso, é importante
ressaltar a importância do envolvimento da população na adoção diária de
cuidados no acondicionamento do lixo, armazenamento de água e
eliminação de recipientes sem uso que possam acumular água e virar
criadouros do mosquito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário